Vícios de linguagem: o que é? Conheça os principais tipos

Vícios de linguagem: o que é? Conheça os principais tipos

Você sabe o que são os vícios de linguagem? Neste artigo você descobre quais são os principais erros que podem interferir na comunicação oral e escrita!

O vício de linguagem é caracterizado pelo desvio da norma padrão da língua. Seja na fala ou escrita, esse problema pode comprometer a comunicação e interpretação das mensagens que queremos transmitir. Por isso, devemos ficar muito atentos para evitá-los, sobretudo no contexto acadêmico e profissional.

Portanto, é fundamental que você saiba o que são e quais são os principais vícios de linguagem. Somente assim é possível melhorar a forma de se expressar. Afinal, você não quer mandar mal na redação no Enem, na entrevista para o emprego dos seus sonhos ou na apresentação de um seminário, não é mesmo?

Neste post, você descobre o que é vício de linguagem e quais são os principais tipos. Leia com atenção as definições e os exemplos apresentados para ampliar seu domínio da linguagem padrão e obter melhor fluência ao falar ou escrever. Vamos lá?

O que são os vícios de linguagem?

Para aprender um idioma, estudamos um complexo sistema de palavras, estrutura e gramática. Fazemos isso com o propósito de nos comunicarmos de maneira eficaz. Quando desviamos da norma padrão da língua, é comum surgir um problema: a má interpretação da mensagem que queremos transmitir.

Alguns desses desvios são chamados vícios de linguagem. Eles derivam de fatores que alteram o fluxo normal da comunicação, como o uso inapropriado do vocabulário (léxico), erros gramaticais (sintaxe), ortográficos e etc.

Mas vale fazer uma ressalva: mesmo na escrita, em circunstâncias específicas, o desvio da norma padrão pode ser praticado. Este é o caso da linguagem figurativa. Ao utilizá-la, podemos alterar o significado ou a disposição das palavras em algum grau. 

Porém, o emprego desse recurso só é considerado adequado em um determinado contexto, quando aplicado com propósito definido. O neologismo, por exemplo, pode ser considerado um vício de linguagem ou um recurso estilístico na escrita autoral.

Nas obras do escritor Guimarães Rosa é bastante frequente o uso de palavras que não configuram o léxico padrão da língua portuguesa. Mas, isso é realizado com propósito, eloquência e eficácia.

Então, como ainda não estamos no patamar deste grande autor, a seguir descobrimos os principais vícios de linguagem. 

Conheça os principais vícios de linguagem

Pleonasmo

O pleonasmo é um dos vícios de linguagem mais conhecidos. Ocorre com o uso de mais palavras do que o necessário semanticamente. Em geral, exemplificado com o “subir para cima” e “descer para baixo”. Mas existem muitos outros casos.

Exemplos:

  • Ele deve entrar para dentro.
  • Ele vai adiar para depois.
  • Ele vai encarar de frente.

Algumas repetições retóricas, no entanto, funcionam como reforço a uma ideia. Um exemplo é o uso da expressão “comparecer pessoalmente”. Entretanto, muita atenção! Ao escrever uma redação, um documento, uma carta formal ou durante uma entrevista de emprego, evite ao máximo o emprego do pleonasmo.

Ambiguidade

Tão recorrente quanto o pleonasmo, a ambiguidade é um desvio de linguagem que pode prejudicar muito nosso texto e fala. Isso porque uma sentença ambígua permite duas interpretações distintas para uma única frase.

Exemplos:

  • Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto. (de quem é o quarto?)
  • Bárbara conversou com Paula sobre seu novo emprego. (de quem é o emprego?)

Neologismo

O neologismo é o fenômeno linguístico da criação de novas palavras, ou o uso de palavras com significados distintos dos originais. Trata-se, portanto, de um processo regular da linguagem, uma vez que o idioma é um sistema vivo e sofre alterações ao longo do tempo. 

No entanto, há ocasiões nas quais o falante deforma a língua ao inventar e construir uma palavra fora das convenções. Esse tipo de neologismo, em geral, tem poucas possibilidades de se integrar adequadamente ao léxico. Neste caso, temos um vício de linguagem que deve ser evitado.

Exemplos:

  • Para ganhar mais seguidores é preciso tuitar mais. 
  • Vou postar uma foto nossa! 
  • Manjo muito de matemática.

Barbarismo

O uso de linguagem não padronizada ou emprego incorreto de uma palavra é chamado barbarismo. Esse problema pode decorrer de diversos desvios da norma padrão da língua: erros de pronúncia, prosódia, ortografia, morfologia, gramática, etc.

Assim como no caso do pleonasmo e do neologismo, o barbarismo pode ser proposital ou acidental. Quando aplicado propositalmente, em um contexto específico,  o  barbarismo é visto como uma figura de linguagem. Contudo, ao ocorrer arbitrariamente, esse desvio é considerado um vício de linguagem.

Exemplos: 

  • Mamãos no lugar de mamões (morfológico);
  • Adevogado ao invés de advogado (ortográfico);
  • Rúbrica ao invés de rubrica (prosódico)

Gerundismo

Aqui, temos que tomar cuidado para não confundirmos gerundismo com gerúndio. 

O gerúndio é uma forma nominal do verbo que pode, e deve, ser usada adequadamente. Utilizamos essa forma quando queremos dar a ideia de ação em andamento, ação contínua ou concomitante a outra ação.

Entretanto, o gerundismo é caracterizado pelo uso inadequado do gerúndio, muitas vezes de forma exaustiva e desnecessária. Nesses casos, temos um vício de linguagem.

Exemplos:

  • “Vou estar transferindo sua ligação” ao invés de “Vou transferir sua ligação”.
  • “Desculpe, senhora, mas estamos tendo que fazer tudo manualmente” ao invés de “Desculpe, senhora, mas temos que fazer tudo manualmente”

Solecismo

Este vício de linguagem ocorre quando um elemento da fala ou da escrita está gramaticalmente incorreto. Pode derivar de erros de concordância, regência (nominal e verbal) e colocação pronominal. 

Para evitá-lo em circunstâncias formais, é preciso estar atento. Isso porque muitas vezes esses desvios passam despercebidos no dia a dia, principalmente aqueles decorrentes de erros de concordância e regência.

Exemplos:

  • Nós vai – erro de concordância (correto: nós vamos)
  • Vamos no cinema – erro de regência (correto = vamos ao cinema)
  • Foi ela que ligou-me – erro de colocação pronominal (correto = foi ela que me ligou)

Por que é importante evitar vícios de linguagem

Comunicar-se assertivamente é uma necessidade do ser humano. Seja nas relações pessoais, no trabalho ou na faculdade, ter domínio sobre a língua pode te proporcionar grandes vantagens. Por isso, é importante nos comunicarmos com clareza, eliminando ruídos, como os vícios de linguagem.

Os erros que apresentamos anteriormente, como a ambiguidade, causam desentendimentos em diálogos e atrapalham a interpretação textual. Ao deixarmos brechas para a recepção equivocada da nossa mensagem, podemos sofrer consequências indesejáveis.

Além disso, os vícios de linguagem podem impactar negativamente sua imagem pessoal e profissional. Afinal, a inadequação da fala ou da escrita pode comprometer a confiança que seu interlocutor/leitor deposita em você e na informação que você está transmitindo.

Isso pode acarretar prejuízos acadêmicos e, até mesmo, colocar barreiras para seu avanço no mercado de trabalho. Como vimos, os vícios de linguagem podem ocorrer por falta de conhecimento ou descuido. Portanto, a melhor forma de evitar erros é estudar e ler muito! 

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Agora você conhece os principais tipos de vícios de linguagem! Que tal pesquisar outros tipos de desvios da norma padrão para te ajudar a identificá-los e corrigi-los? Afinal, quanto maior seu conhecimento, menos erros estarão presentes em sua fala e na sua escrita! 

O que achou dessas orientações? Aqui, no blog da Unicep, você encontra dicas e informações para aumentar sua empregabilidade, reconhecimento e seu sucesso profissional. Explore!

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