Aprendizagem ativa: conheça mais sobre esse método de ensino

As metodologias ativas de ensino visam colocar o educando no centro da formação. Conheça mais sobre a aprendizagem ativa!

Aprendizagem ativa

A literatura pedagógica está em constante evolução e frequentemente surgem novos conceitos e teorias elaboradas por pesquisadores da área. Portanto, estudantes de Pedagogia devem sempre estar atentos às discussões e inovações no ensino e aprendizado.

Embora a classificação dessas metodologias não seja uma tarefa simples, costuma-se distinguir cinco métodos de ensino: expositivo, demonstrativo, interrogativo, ativo e experiencial. 

Atualmente, significativa parcela de educadores concorda que não é possível levar conhecimento aos alunos, apenas lhes transmitindo o conteúdo que eles precisam saber para passar de ano ou mandar bem no ENEM. 

Assim, a prioridade dos professores deve ser o envolvimento do aluno, fazendo-o participar ativamente em seu próprio processo de aprendizagem, ideia esta que é a base da metodologia da aprendizagem ativa.

Neste artigo, examinaremos mais de perto os fundamentos do método ativo de aprendizagem e os benefícios desta abordagem. Interessou-se pelo tema? Então, vem com a gente! 

O que são métodos de ensino?

Antes de mais nada, um método de ensino descreve os meios adotados pelo professor para promover a aprendizagem e atingir seu objetivo pedagógico. Como regra geral, uma escola ou um professor valoriza mais um método do que outro em determinado momento. 

Em termos de literatura educacional, é comum considerar que existem 5 métodos educacionais:

  • O método expositivo, transmissivo ou magistral;
  • Método demonstrativo;
  • O método interrogativo ou maiêutico;
  • Método ativo, também chamado “de descoberta”;
  • O método experiencial.

Todos os métodos são baseados em premissas iniciais, requerem meios de implementação e adotam um modo de operação. Historicamente, houve modismos ou crenças em métodos milagrosos que permitiriam a todos aprender com máxima eficiência. 

Na prática, é amplamente reconhecido que a imposição de um único método é impraticável, pois nenhuma escola ou professor consegue praticar sistematicamente apenas um desses modos de ensinar, com exclusão absoluta dos demais. 

A seguir, pretendemos nos aprofundar na metodologia de aprendizagem ativa, um processo centrado na participação efetiva do aluno, enfatizando não apenas o conteúdo a ser transmitido, mas, antes, a forma como se aprende.

O que é aprendizagem ativa?

O método de aprendizado ativo visa colocar o educando no centro de sua própria formação, para torná-lo ator de sua aprendizagem. Para isso, baseia-se em teorias socioconstrutivistas que afirmam que aprendemos construindo e engajando-nos pessoalmente.

A aprendizagem ativa é, portanto, interativa e colaborativa.

Os construtivistas argumentam que a aprendizagem é um processo de “fazer sentido”. Os alunos expandem seu conhecimento para alcançar níveis mais profundos de compreensão. Com isso, eles se tornam mais capazes de analisar, avaliar e sintetizar suas ideias.

Nesse sentido, o papel do professor é tornar essa atividade possível, fornecendo ambientes, oportunidades, interações, tarefas e instruções que promovem o aprendizado profundo.

Um dos principais teóricos do construtivismo, Lev Vygotsky (1896-1934), desenvolveu a ideia da “Zona de Desenvolvimento Proximal”. Esta zona se situa entre o que um estudante pode alcançar por conta própria e aquilo que demandará o auxílio do professor. Nesse sentido, as atividades de aprendizagem devem se situar nesta área.

Por modificar consideravelmente os papéis de formadores e aprendizes, o método ativo vai de encontro aos postulados de outros métodos pedagógicos, afirmando que o conhecimento é construído e não aprendido. Logo, é a partir da ação que um educando iniciará uma reflexão sobre determinado assunto.

Além disso, segundo esse método, conhecimentos e habilidades podem ser adquiridos em três casos:

Confira:

  • O estudante se compromete com este processo, a partir da motivação para a aprendizagem. Ou seja, o aluno é motivado porque lhe dá satisfação e não porque existe uma recompensa (notas, por exemplo) ou qualquer outro fator externo.
  • O educando se envolve em um esforço de aprendizagem colaborativo ou cooperativo (na literatura educacional, diferentes correntes trazem diferentes definições para esses conceitos).
  • O aprendiz se engaja em um processo de ação-experiência e pode, assim, testar em tempo real o que ele aprende e validar ou invalidar suas próprias hipóteses, inclusive debatendo-as com outros aprendizes.

Durante uma formação baseada no método de aprendizagem ativa, existem vários meios para permitir a aquisição de conhecimentos: estudos de caso, simulações, interpretação de papéis (role-playing) ou projetos e grupos de estudo. 

Portanto, o formador não é, necessariamente, detentor de todos os conhecimentos e pode, em alguns casos, ser apenas um guia da aprendizagem. Utilizar essa abordagem pode ser muito benéfica na consolidação do conhecimento.

As vantagens da aprendizagem ativa

A aprendizagem ativa requer o envolvimento dos alunos, desenvolvendo neles um sentido de responsabilidade, autonomia e pensamento crítico. Além disso, as interações e a colaboração possibilitam a criação de vínculos, não apenas com o professor, mas também entre os pares. Isso permite a criação de uma comunidade de aprendizagem.

Ademais, esse método permite melhor integração de novas noções e conceitos, e uma transferência de conhecimento em contextos profissionais futuros. Inspira-se em situações reais e significativas para o educando, o que permite uma melhor ancoragem na vida prática e aumenta a motivação.

Por meio de seu processo e ferramentas, o método também promove um aprendizado mais duradouro (em vez de solicitar a memória de curto prazo) e desenvolve a capacidade de aprender sozinho (aprender a aprender) para se adaptar a um mundo em constante mudança.

Dessa forma, confira outras vantagens do método:

Preparo para o ensino superior

Como a aprendizagem ativa incentiva os alunos a assumirem um papel central em sua própria aprendizagem, ela os prepara melhor para o ensino superior e para o mundo do trabalho.

Assim, as habilidades analíticas também ajudam os alunos a resolverem e aplicarem melhor os problemas e aplicar seus conhecimentos.

Foco na interação com o conteúdo

Em geral, os alunos são mais propensos a reter as informações apresentadas se forem solicitados a interagirem com o material didático de alguma forma. Por esse motivo, uma forma muito eficiente de fazer os alunos aprenderem é fazer ou solicitar perguntas, ou incluir algum outro tipo de atividade a cada sessão de estudos.

Interatividade entre alunos e professores

Relacionamentos com os colegas, estruturas informais de apoio e interações professor-aluno contribuem para o aprendizado. Portanto, é importante que cada sessão de estudo inclua atividades de aprendizagem que promovam a comunicação aberta e a coesão do grupo.

Pensamento crítico

Atividades que oferecem oportunidades para os alunos refletirem ou usarem o conhecimento e a informação de maneiras novas e diferentes os ajudarão a desenvolver suas habilidades de pensamento crítico. As atividades de pensamento crítico muitas vezes podem se originar de outras atividades de aprendizagem, depois que os alunos receberam feedback da atividade inicial.

Produção

Pedir aos alunos que produzam algo pode ser uma maneira eficaz de ajudá-los a abordar ideias e conceitos no nível desejado. Isso porque esta pode ser uma forma de facilitar a aprendizagem profunda. Deve-se notar que com a difusão da tecnologia, o número de formas possíveis de produção está sempre se expandindo, limitado apenas pela imaginação.

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Em suma, a aprendizagem ativa é um processo centrado no educando, que enfatiza como os alunos aprendem, e não apenas o que eles aprendem. Os alunos são encorajados a pensar e elaborar raciocínios em vez de receber passivamente informações do professor.

Cabe apontarmos aqui, que o método de aprendizagem ativa também tem paralelos com outras teorias, compartilhando a ideia de que a aprendizagem deve ser relevante e ocorrer em um contexto significativo. 

Esse pensamento foi desenvolvido pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), e influenciou muitos educadores do início do século XX, como John Dewey (1859-1952) e Maria Montessori (1870-1952). 

O princípio fundamental aqui é que aprendemos melhor quando podemos ver a utilidade do que estamos aprendendo e conectá-lo ao mundo real. Vale dizer, aprendemos melhor a fazer algo quando entendemos o que estamos fazendo e por que estamos fazendo.

Portanto, para alcançar melhores resultados no aprendizado, o envolvimento cognitivo e social dos alunos numa tarefa, aliado à reflexão sobre a mesma, é crucial, sobretudo se o objetivo é passar de um nível de aprendizagem superficial para um nível mais profundo e efetivo.

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